Milão é ao mesmo tempo elegante, clássica, moderna e caótica. O trânsito é um pouco complicado, traço característico da Itália. Não que as ruas sejam abarrotadas de carros como nas capitais brasileiras, mas elas são cheias de bondes, ônibus, carros elétricos, bicicletas, tudo ao mesmo tempo. E pra completar, as pessoas em geral não respeitam muito os sinais de trânsito, então atravessar a rua requer um pouco mais de atenção para quem não está acostumado com toda essa mobilidade.
Mas a cidade é completamente sedutora, seja pela hospitalidade dos milaneses, seja pelas atrações em si. Milão é relativamente pequena e suas atrações se concentram no centro, então percorrer a cidade a pé é essencial para se encantar com seu charme. Diria que dois dias são suficientes para conhecer o principal que Milão tem a oferecer, mas pra conhecer as entranhas de um lugar desconhecido, todo tempo do mundo ainda seria o suficiente.
| De manhã acordo e me deparo com essa paisagem dos alpes franceses |
Cheguei na Europa vindo de Nova York, uma cidade enorme, lotada, cosmopolita, onde as pessoas estão o tempo todo correndo e querendo ser umas melhores que as outras, etc. Talvez por esse motivo eu tenha sentido um impacto maior: o clima europeu é bem diferente do americano. Apesar de estar presente todo aquele consumismo inútil dos EUA, as pessoas em geral são menos apressadas, menos neuróticas e até um pouco desleixadas (elas sabem viver), e eu senti isso muito na pele.
| Milão acordando no inverno |
O cultural do Italiano é ser caloroso, ser mais desligado, falar mais alto (quase gritando), o que, em um primeiro momento, pode ser confundido com falta de educação. Quem tem uma personalidade um pouco mais fria pode se incomodar com isso. De fato, eu me incomodei. Bastante. Mas, com o decorrer do tempo na Itália e o conviver com os italianos, fui percebendo que é cultural. São diferentes estilos de vida que quando inicialmente confrontados podem causar estranheza, mas depois você acaba se envolvendo pelo calor, simpatia e simplicidade dos italianos. (só não me acostumo com o fato de eles falarem gritando, rs). Bom, mas vamos às principais atrações de Milão:
Cheguei aqui por acaso: aindma não estava familiarizado com as ruelas e becos da Itália e acabei me perdendo.
Formado pela união de quatro ruas principais, é aqui onde é possível encontrar uma infinitude de grifes italianas e mundiais. Gucci, Armani, Dolce & Gabanna, Valentino, Prada, Dior, dentre várias outras marcas que nossa desvalorizada moeda não nos permite sonhar (sem comentários coxinhas, obrigadodenada). (sou team gaste seu dinheiro com experiências e não com coisas materias, então esse quadrilátero pra mim foi uma furada)
A galeria fica à esquerda de quem olha para o Duomo. Ela abriga o famoso touro e o ritual mais sagrado de quem vem a Milão: pisar nas bolas do pobre animal e dar duas voltas no sentido horário. Dizem que traz sorte. Sei que de tanto que o pessoal já pisou, o coitado já perdeu as bolas.
| Touro castrado ;( |
Piazza Del Duomo:
É o centro da vida milanesa desde quando a cidade foi invadida pelos romanos em 220 a.c.
A praça é diariamente percorrida pelos locais, além dos turistas que dali admiram o Duomo. Uma árvore é montada ali durante um Natal e um mercado de comidas (estranhas) percorre o exterior da Igreja.
Duomo de Milano:
| Duomo à noite |
A Catedral em estilo neogótico é a atração mais famosa de Milão. É a terceira maior igreja do mundo, e sua fachada foi decorada com um total de 2.300 gárgulas.
É possível subir os seus degraus e apreciar uma linda vista de Milão do topo da Igreja. O melhor horário para fazer isso é durante o por do sol.
![]() | |
| Vista do alto do Duomo |
O interior do Duomo é iluminado pela luz solar que atravessa as belíssimas vidraças coloridas.
Castello Storzesco:
Na minha opinião, a cereja do bolo da cidade.
O castelo remonta ao século XVIII, quando o então rei mandou construir uma fortificação apoiada nas muralhas da cidade. Os sucessores fizeram reformas de ampliação durante o século XIV, quando o castelo ganhou as 4 torres laterais e a torre principal a sua frente, a Torre del Filarete.
Nos anos seguintes a edificação sofreu com os ataques dos franceses e as tropas germânicas.
No final do século XVIII, quando Napoleão Bonaparte chegou à Itália, o castelo ficou sob o domínio da França e posteriormente pelos austríacos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o castelo foi atingido por uma bomba, tendo sido fortemente danificado.
Após o fim da guerra foi realizada uma reestruturação do castelo, que passaria a sediar diversos museus. De fato hoje o castelo abriga os Museus Cívicos, um complexo de riquezas culturais dentre os quais a Pinacoteca, com diversas obras de Michelangelo, e o Refeitório de Santa Maria delle Grazie, que abriga a Última Ceia, de da Vinci .
![]() |
| Entrada do Castello |
Nos anos seguintes a edificação sofreu com os ataques dos franceses e as tropas germânicas.
No final do século XVIII, quando Napoleão Bonaparte chegou à Itália, o castelo ficou sob o domínio da França e posteriormente pelos austríacos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o castelo foi atingido por uma bomba, tendo sido fortemente danificado.
Após o fim da guerra foi realizada uma reestruturação do castelo, que passaria a sediar diversos museus. De fato hoje o castelo abriga os Museus Cívicos, um complexo de riquezas culturais dentre os quais a Pinacoteca, com diversas obras de Michelangelo, e o Refeitório de Santa Maria delle Grazie, que abriga a Última Ceia, de da Vinci .
![]() |
| A corte Ducale |
Parco Sempione:
Aos fundos do castelo está o Parque Sempione, maior área verde de Milão que cobre 46 hectares no estilo inglês de jardim: caminhos que cruzam os gramados, bosques que se aliam com à vegetação e um lago artificial que reflete o céu e serve de recanto para patos e outras aves. Um ótimo lugar para esquecer da vida barulhenta de cidade grande milanesa, no parque é comum encontrar famílias passeando com pets, jovens arriscando uma nota ou outra em um violão e casais de velhinhos esticando as pernas em uma caminhada. Se o tempo estiver bom a dica aqui é um pic-nic, atividade muito comum entre os locais durante o verão.
Arco della Pace
Ao final do Parco Sempione fica o
Arco della Pace, um monumento encomendado por Napoleão Bonaparte em 1806 para
celebrar as invasões do norte da Itália. Aliás, onde aquele baixinho invadia
ele mandava subir um arco. Sobral tá aí pra sustentar essa tese. Mas, dessa
vez, a obra só foi concluída quando do fim da Era Napoleônica. A guerra acabou
em 1815, quando Napô foi derrotado e expulso do poder e o então imperador da
Áustria ordenou que o arco fosse dedicado a paz e não à vitória do imperador francês.
O monumento só restou finalizado em 1838, ou seja, mais atrasado que as obras da
copa.
Antes de chegar a Milão fui alertado que os milaneses eram pessoas frias e rudes. Não foi o que eu encontrei. Muito pelo contrário, ao chegar no hostel fui muito bem recebido por um funcionário que puxou um portunhol perguntando se eu sabia sambar (what a clichê). Obviamente eu frustrei as expectativas do moço, que não se deixou intimidar e arriscou um passinho na minha frente.
Sem dúvidas eu voltaria a Milão, seja para visitar o que eu já visitei, seja para descobrir outros lugares (principalmente os museus), seja como um hub de entrada para outros países. A localização estratégica facilita voar do norte da Itália para praticamente qualquer outro país da Europa Ocidental.







Nenhum comentário:
Postar um comentário