Todos nós somos um pouco borboleta, estamos em constante mudança. E como as vezes mudar pode ser incomodo, visto que é tão confortável se manter em nossa zona de conforto, onde já conhecemos tudo aos mínimos detalhes, sem mais sustos ou surpresas, nos deitamos confortavelmente no território conhecido e, quando ao longe vemos uma ilha chamada novo, a vontade que sentimos é de correr para longe, de se esconder das incertezas e de tudo aquilo que, por enquanto, julgamos tão estranho. O chão da terra nova nos parece mais áspero, com espinhos que nos espantam quando tentamos nos aconchegar. Mas tem algo que nos tenta a chegar do outro lado, um instinto que nos faz seguir em frente e enfrentar o medo, apesar de querermos nos retirar por um tempo ou de nos esconder naquele casulo quentinho e agradável, aonde o tempo parece congelado e o ruido da mudança parece ter sido colocado finalmente no mudo. Mas algum dia o casulo se rompe e nos encontramos frente a frente com o desconhecido. Sentamos em uma mesa com ele e, aos poucos, nos tornamos grandes amigos.
É preciso mudar, pois mesmo que possa ser assustador, tudo aquilo que mais desejamos está do outro lado do mar de medos e inseguranças que tanto nos separa da ilha. É preciso formar um pequeno barco com a coragem e chegar ao outro lado e, assim, perceber que a vida como lagarta não servia mais. É preciso tentar voar, mesmo que isso signifique cair algumas vezes, pois a vista que se recebe quando o voo é realizado com sucesso é diferente de tudo já visto.
Assim, experimentamos a liberdade de poder voar alto, longe do tão conhecido chão, e o frio na barriga se torna algo que queremos ter sempre por perto, com asas de borboleta, coloridas e cheias de vida. Cheias da vida que aquele lugarzinho dentro do casulo, por mais confortável que fosse, não nos trazia. Com o tempo conhecemos melhor a tal ilha e percebemos que os espinhos estão lá sim, mas só estão lá pois as rosas também estão. E é preciso ter as rosas sempre por perto, pois elas são como a vida, que possuí ambos os lados, o cortante e o que consola, e precisamos aprender a lidar e aceitar os dois, pois eles vem em um pacote, que apesar de parecer pesado, vale a pena ser levado por nós; borboletas.

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