domingo, 21 de junho de 2015

Sobre o amor



Desacreditar no amor é uma passagem na vida de todos. Uma passagem que cafés de volta e pedágio. Pois, a intensidade e a emoção de um amor futuro, às vezes, necessita de um leve desacreditar no presente.


Amor de fases na vida de pessoas comuns, que começam acreditando fidedgnamente em seus alicerces e depois são surradas, aprendendo, que amar é viver e viver é tapa na cara, assim designam que talvez ninguém mereça o seu real afeto. Ou talvez não seja merecedor do real afeto de ninguém. Ou julgam uma nova tentativa de desfibrilá-lo como nula. Mas, de repente, um dia, no auge da maturidade, descobrem que desacreditar no amor é como acreditar que nunca mais irá chover. Pois o amor é como a chuva, que quando se recusa a vir pode ressecar corações e planícies, mas uma certeza sempre há: um dia ela vem. Pode vir sorrateiramente, molhar devagar e lhe dar um tempo para se proteger em uma marquise qualquer, ou pode te colocar a prova de que se molhar também faz bem. E, quando ela vem pedindo para lavar a alma, faz todas aquelas chuvas que ameaçaram cair e não caíram se arrependerem, pois, a chuva presente é sempre mais gostosa de dormir, de amar e de ouvir. 


O aconchego da chuva se assemelha ao do amor, calmaria, sonhares e endividamento de lembranças. E ainda traz um sussuro que amansa corações e transforma ansiedade em alívio imediato. Então, acredite que vá chover, mas, também, não deixe de contemplar os minutos de sol quando for o momento. Pois, chuvas tempestivas sempre virão, a diferença é a ânsia de deixar-se molhar como se amanhã nem existisse.

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